Tabagismo: um dos vilões da enxaqueca

Um dos motivos pelos quais isso acontece é devido à fumaça do cigarro, rica em monóxido de carbono – o mesmo gás produzido por motores de carros – que quando inalado vai para o sangue e ocupa o lugar do oxigênio. Para quem sofre de enxaqueca, essa falta de oxigenação pode ser um facilitador para o surgimento das crises, um gatilho em potencial.

A nicotina, por sua vez, também é maléfica para o cérebro, com efeito tóxico, além de alterar a capacidade de metabolismo do nosso fígado. A sobrecarga desse órgão prejudica o organismo em lidar com medicamentos que os pacientes usam para controlar os sintomas da enxaqueca.

Um estudo apresentado pela USP de Ribeirão Preto e publicada em matéria na Folha de S. Paulo, mostra que há risco de enxaqueca 1,5 vezes maior para filhos de mulheres que fumaram mais de dez cigarros durante a gestação, do que as crianças cujas mães ficaram longe do cigarro na gravidez.

Abstinência também conta

Além da fumaça e da nicotina, as pessoas que param de fumar de forma repentina ou mesmo acompanhadas de um tratamento multidisciplinar, também correm o risco de desenvolver crises de enxaqueca neste período, devido à abstinência das substâncias contidas no cigarro.

Alguns sintomas surgem poucas horas após a pessoa parar de fumar e podem ser muito intensos nos primeiros dias, melhorando com o passar do tempo. Além da dor de cabeça, a abstinência também traz alterações de humor, raiva, ansiedade, cansaço, dificuldade de concentração e aumento do apetite. Fatores que também dificultam a pessoa a largar o vício.

Por mais irônico que pareça, a nicotina provoca uma sensação agradável, já que estimula a produção de dopamina, responsável pelo prazer, causando o vício. Ao longo dos anos de um fumante, o corpo está habituado àquelas ingestões que, quando não são absorvidas, também causam o estranhamento do organismo, provocando entre outros sintomas, as dores de cabeça na enxaqueca.

Cercado por todos os lados

Conclusão: pessoas que sofrem de enxaqueca, se fumantes, podem ativar os gatilhos das crises, e quando medicadas correm o risco do tratamento não fazer o efeito desejado; se param, também passam pela abstinência e a chance das crises também são relevantes. Não tem por onde escapar. Por isso, para quem sofre de enxaqueca, passar longe do cigarro e de quem fuma se torna ainda mais fundamental.

Para qualquer que for a sua dúvida, vale a pena consultar o seu neurologista constantemente. Estar bem informado é sempre o melhor remédio para qualquer tratamento.